Era uma bela manhã de domingo quando Sofia acordou e, como fazia todas as manhãs, parou em frente ao espelho e se contemplou. Sempre ficava assim, por horas a fio a pentear os longos cabelos negros a pensar em sabe-se lá o que...
-Espelho, espelho meu... Existe alguém no mundo mais bela do que eu?
- Não, não - respondia ela mesma engrossando a voz - tu és a mais bela!
Mas naquele dia foi diferente. Não por algo grande ou uma mudança drástica, até porque a mudança de destino da gente acontece pela junção de pequenos acasos e nessa história de não foi diferente...
De repente Pelézinho pula em cima da cômoda e grita "Miau!!!!" com toda a sua força de gato. No susto, Sofia se vira bruscamente e joga o amado espelho no chão.
-Não!!!
Tarde demais... havia caquinhos por todos os lados espalhados em seu quarto.
Depois de alguns segundos para recobrar o ar, ela se ajoelha e pacientemente reúne pedacinhos de seu melhor amigo... seu único amigo... Que tragédia! Toda a magia daquelas manhãs, todas as histórias que ela e o espelho compartilhavam, estava tudo acabado! Não... não poderia ser assim. Devia de haver uma saída. Junta daqui, prende dali... mas não consegue encaixar! Ficam faltando alguns caquinhos e sua imagem, antes de princesa de um reino lindo, agora é deformada e triste... mais parecida com a de uma bruxa de um outra história qualquer.
Sai para buscar cola. Mas quando volta algo de peculiar mudaria sua vida para sempre: O espelho sumira! Mas como? Havia menos de 2 min que deixara o quarto! Olhou em cima da estante, atrás do armário e até embaixo do prato de comida de Pelézinho a procura dos pontinhos, que agora era tudo o que o espelho representava, mas não encontrou nada. Nem os mais pequenininhos, aqueles que viraram mesmo pó. Não os encontrou.
Sofia tinha apenas 12 anos quando sua jornada começou... Sua busca pela imagem perdida naqueles pontinhos todos. Como se fosse possível, com o passar do tempo e da intensidade de sua busca, parece que passou a enxergar tudo assim, em pontinhos... Qualquer um que encontrasse já lhe atiçava o espírito. Fosse o que fosse! Bola de gude, jabuticaba, estrela e até ponto final! Todos aqueles pontinhos que podia ligar com o lápis naqueles joguinhos de jornal.
Daí pra frente em sua busca pelos pontos, ela encontra o menino sardento e várias outras mulheres com algo em comum: Todas elas têm um pedaço de espelho. Seja no brinco, no pingente, no cabelo, na mochila ou como decoração de alguma coisa. Maiores ou menores pedaços. Essas mulheres são de idades diferentes e têm uma característica muito forte. Ex.: uma é gorda e come pizza três refeições por dia, outra é jogadora profissional de futebol, bete embaixada até no chuveiro etc. Todas extremamente exageradas em um ponto só. E na verdade essas são coisas que Sofia gosta. Como se fossem as partes dela que desintegraram com o espelho e "declararam independência" para constituir uma pessoa só. Por isso cada uma delas carrega um pedaço do espelho, é como se correspondesse a parte de Sofia que ela representava.
Deu pra entender???
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Oi Naiara!
Deu pra entender, sim.
Achei até legal, mas, na primeira vez em que ouvi a descrição da personagem, a imaginei como uma pessoa interessante, curiosa, muito viva.
Na sua descrição, ela me soa como vaidosa e superficial demais. Além disso, como foi que o espelho sumiu, afinal? Achei essa parte meio fantástica demais. Mas achei legal a idéia de ela encontrar várias pessoas, cada uma com uma característica especial.
Não seria possível, de repente, mudar algumas coisas?
Beijoca.
Juliana Caribé disse...
20 de agosto de 2008 às 18:31
é, a minha idéia com o lance todo do espelho era a magia que ele causava em uma menina sozinha. Fiz algumas mudanças para tirar essa idéia q vc teve do superficial.
Quanto ao espelho, quem levou foi o mesmo cara que sumiu com o cachorro que o Doravante jogou pra cima e nunca mais voltou. hehe A história n está pronta ainda né?! Mas cada uma das mulheres carrega um pedaço desse espelho. Como isso aconteceu a gente tbm pode inventar depois né?!
valeu pelo livro! Engoli ele em dois dias!!! Mt bom
bjo
Naiara Lira disse...
21 de agosto de 2008 às 00:25
naiara, isso não é uma sinopse, já é o livro, rsssss. acho que há coisas muito interessantes na sua proposta que podem ser aproveitadas ao longo da fatura do livro, sobretudo a idéia mesmo de como juntar as duas propostas iniciais: a de dani e gil + a de pri e cecilia. é exatamente assim. se formos unir as duas, terá de ser nessa ordem: primeiro o espelho, depois a mania dos pontos. além disso, há detalhes na sua "sinopse" que poderemos usar. todavia, queria um pouco mais de profundidade para o livro. seu discurso parece voltado para uma faixa etária mais abaixo. veremos como tudo fica na próxima segunda, sim?
elizabeth disse...
21 de agosto de 2008 às 09:49