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Ísis sempre adorou seu nome, só se aborrecia quando esqueciam os pingos nos ii, isso porque ela era uma garota apaixonada por pontos. Antes de começar a escrever, seu jogo favorito era o de ligar os pontos, ficava maravilhada como aqueles pontos podiam virar um desenho, e o melhor, ela era a criadora desses desenhos. Por isso não é difícil imaginar que Ísis, quando adolescente, tivesse o sonho de virar astronauta, desejo fundamentado na idéia de que ela amava observar as constelações no céu, como se as estrelas fossem pequenos pontos, ela sabia identificar com facilidade Escorpião, Ursa Maior, Cruzeiro do Sul; todos ficavam admirados. Ísis sempre foi assim: encantada com os pontos-cruz de sua vó, com os caroços da melancia, com o formigueiro, com grãos diversos; sempre montava os mais absurdos desenhos com a junção desses. Tudo mudou quando Ísis conheceu Otávio, um menino com muitas sardas. Ísis se apoixonou pelo rapaz: a infinidade de pontos que ela pode ligar! Todavia, as pintas de Otávio não duram para sempre: por causa de um leve Vitiligo, as pintas vão sumindo com o tempo. Quando Ísis descobre essa peculiaridade de Otávio, ela não tem mais como formar seus desenhos, eles não são mais fixos. Ela descobre, então, que a inconstância dos desenhos formados, a incerteza de que aquele ponto estará ali amanha ou não é o que trará a ela a sua maturidade. Com a incerteza, a dúvida surge; primeiro vem o medo e a negação e só depois a compreensão. Só depois Ísis passa a realmente conhecer Otávio e percebe que antes ele fora apenas um ponto (apesar das infinitas pintas), e depois ele passa a ser uma infinidade de coisas, das quais ela aprende a gostar. Percebe que ele era o seu espelho, um espelho partido e imperfeito, talvez, mas um espelho que dizia o que ela era e não o que ela refletia para os outros.

4 idéia(s):

Não reparem nos erros de pontuação e afins, fiz na pressa para não deixar de fazer o quanto antes!

19 de agosto de 2008 às 23:45  

Eu adorei! Acho que com um enredo assim podem-se criar muitas narrativas (aproveitando os conceitos da última aula) e pode-se trabalhar muito a linguagem e a diagramação do livro.
Totalmente apoiado!

Ah, Dani! Arrumei os erros e coloquei imagem, tá?
Beijos.

20 de agosto de 2008 às 08:50  

Gente, depois da discussão de segunda sobre pontos etc, fiquei pensando muito e fui atrás de um antigo conto meu, em que pensava um pouco tbm essa questão, não exatamente com os pontos, mas com zeros, que acaba recaindo num princípio bem parecido posteriormente. Achei a idéia dos pontos muito interessante, principalmente pelos recursos que nos fornece para trabalhar com a forma do texto. Fico pensando sobre esse princípio do círculo e/ou circunferência, sobre tudo a que isso remete. Bem, quem puder dá uma passada lá no blog, de repente surge uma idéia, não sei. Abraços!

22 de agosto de 2008 às 11:24  

dani, depois de reler isso sobre a sua personagem, acho que esse trecho poderia ser de algum modo incluído no início do livro, na cena do café da manhã. o narrador poderia fazer uma interrupção na narração, para apresentar a personagem mais detalhadamente. tente incluir isso no início, ok?

12 de setembro de 2008 às 10:20  

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