Atenção: são textos separados - há a entrada de outros capítulos entre eles. O fragmento da Ísis deverá aparecer primeiro que o da Íris.

Ajustei tais fragmentos com as sugestões feitas em sala.

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ÍSIS

Por alguns instantes, fascinada, Ísis não conseguia pensar em mais nada além do que estava diante da ponta de seu nariz, ficou maravilhada! Havia luzes no letreiro que indicavam o nome do local, era ali que acreditava encontrar a verdade de todos os passos que lhe fizeram chegar onde as montanhas em pontos estariam. Montanhas Mágicas!
... carrossel, pirulito, balanço... cavalo vermelho ... algodão-doce, gargalhadas, montanha-russa ... cavalo amarelo ... palhaço, bicicleta, outra montanha-russa ... cavalo verde... música, pipoca, chapéu voador ... cavalo azul... realejo, crianças, casa da Monga ... caaaa ... casa da Monga? O que seria?
Seu pensamento ultrapassava o que estava diante de seus olhos, queria acompanhar tudo, mas era vivo. Tudo era colorido, mágico.
Curiosa, não hesitou em procurá-la.
Passou por tudo que seu pensamento havia lhe narrado até chegar ao casebre mais estranho que sua vista encontrara. Olhou mais uma vez e encontrou, ali estava, “A casa da Monga”.
O parque estava cheio de crianças, pois já se contavam algumas horas que estava aberto, mas o casebre estava vazio, com certeza abriria somente ao anoitecer. Era um casebre de madeira todo colorido, em todas as paredes havia imagens de gorilas.
Ela não se amedrontou com tal cenário, estava mesmo era curiosíssima para explorá-lo antes de qualquer criança. Viu-se como uma legítima desbravadora.
Passou pelas cadeiras que se posicionavam como num teatro, havia um pequeno palco mais à frente. Subiu e viu uma estranha caixa em seu centro, ficou mais intrigada. Esta era em formato de L.
No palco, quis entender o que era aquele caixote. Nele, havia duas grandes entradas, bem maior que sua altura. Não pensou duas vezes em escolher a entrada do lado esquerdo, pois era canhota.
Estava escuro e agora adentrara numa espécie de corredor. Havia um cabide com uma fantasia de gorila. Ísis se assustou, ao mesmo tempo teve vontade de experimentá-la, mas seguiu em frente com passos bem curtos, para perceber os mínimos detalhes do local, pois ali talvez encontrasse mais alguma pista.
Havia um espelho rachado no final desta entrada, cuja algumas partes lhe faltavam.
Ísis mal conseguia se ver e se aproximou ainda mais.
Ao chegar a dois passos do espelho, se viu em partes e assustou-se ainda mais, pois havia mais que seus traços nesta imagem, era outra em si mesma.
Ficou tão confusa, correu pelo corredor e retornou à entrada, saiu do casebre e caminhou em direção ao carrossel.



ÍRIS

Alguns minutos se passaram desde que Íris seguia as rodas da bicicleta de Paula e avistara a entrada do parque: um grande portal mágico, onde se tornariam vivas suas histórias.
Avistou possíveis personagens para os próximos capítulos. Percebeu uma nova trilha sonora, um som suave vindo do realejo. Viu crianças de todas as idades, tamanhos e sorrisos. Sentiu fome, mas decidiu comer algo depois que verificasse cada canto deste novo cenário, queria encontrar sua nova protagonista.
Continuou em passos largos, andou tanto que até passou pelas duas montanhas-russas sem atentar para elas.
Íris se lembrava do último parque que tinha ido na cidadezinha de sua avó. Havia assistido com ela ao show da Monga, a mulher gorila. Se lembrava de tudo, apesar de seus cinco anos na época.
As lembranças lhe causaram alguns anos de pesadelos. Mas agora com seus treze anos e onze meses, já sabia de todo o truque, pois adorava estudar efeitos físicos, logo o jogo de espelhos era fichinha para todo o antigo medo da menina.
Continuou seus passos, agora não tão largos, pois queria saber se ali também havia o ‘grande’ show da Monga. E não é que logo encontrou? Achou engraçado o fato desta personagem ter um teatro só para o seu número. E decidiu entrar para confirmar se já sabia mesmo todos os detalhes do truque dos espelhos. Infelizmente tudo estava vazio e escuro.
Mas Íris foi adiante, subiu o palco, viu um baú ao fundo e não hesitou em abri-lo.
Eis que encontra a fantasia da Monga, a mulher gorila. Estava meio velha e ainda mais assustadora.
A menina, imersa em sua imaginação, quis compor o cenário e colocou a fantasia no corredor à esquerda do grande caixote do truque e se posicionou na outra entrada. Ia agora em passos curtos na expectativa da fusão de imagens, ouviu um barulho, alguém estava entrando no local, ficou apavorada, pois este ainda estava fechado, acreditava que o show começaria só à noite. Quem seria? Melhor não descobrir, vai que a Monga existisse mesmo.
Começou a ficar com bastante medo e entrou no escuro do caixote, quando viu já estava perto do espelho, estava tudo tão esquisito, quase sem respirar, percebeu que algo estava ocorrendo com sua imagem no espelho, estava escuro.
Não conseguia entender, não era ela, a silhueta também não era a sua, a imagem não era nem a sua e nem da Monga. Permaneceu confusa por um instante, tão confusa que nem atentou para o cessar dos ruídos do desconhecido.
Saiu do teatro atônita, caminhou até o primeiro banco que avistara e decidiu sentar-se.

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