a fuga do aniversario - Isis foge do anversáio, vai ao parque, acha o diário de Isis
Idealizado por Rami às 13:11Ísis - A fuga do aniversário
- Dedé, agente tem que arrumar um jeito de despistar meus pais na minha festa de aniversário, não posso deixar de ir no parque, eu esqueci a minha pasta lá! – Disse Isis na primeira oportunidade que teve de conversar depois da aula.
- Zi, de novo essas histórias de códigos e parques no dia do seu aniversário? Zi, é o seu aniversário, não se pode... como assim agente tem? Eu não tenho que nada, vou ser só mais um convidado da sua festa.
- Demócrito! Está aí a solução do meu problema. Você vai ser o centro das atenções hoje!
O plano de Isis saia como faísca. Repensava todos os seus passos, chegava a visualizar a planta da sua casa, vendo o ponto de entrada, sincronizava os horários com as movimentações planejadas. Viu todos os convidados achando interessantíssimo aquela história de cozinheiro-mirim, pratos exóticos numa simples festinha de aniversário, a cozinha seria passagem obrigatória para todos os convidados.
- Zi, acorda! Como eu vou substituir você no seu próprio aniversario? – Era realmente quase impossível; mas, imagina se desse certo? Atrasaria a hora do parabéns, momento que, na sua opinião, estava em segundo plano, poderia passar rápido, sem nada é big é big, nem desejos na hora de soprar as velas. E então quando chegasse apresentaria a todos o mestre cuca que estaria no meio do preparo de algum prato exótico tipo...
- Dedé, qual o prato mais exótico e demorado que você sabe fazer? – Demócrito com aquela cara de eu ainda nem concordei já pensava em alguma coisa, inventar um prato, assim, é bem complicado. Iria ele recorrer ao livro de receitas?
A conversa ficou mais ou menos por ai até o portão de saída, quando os dois repassaram os detalhes, Demócrito se encarregaria de levar panelas, os ingredientes, tudo para preparar sua receita especial, chegaria de surpresa falando para todos da casa que Isis ficou presa em uma festa surpresa que fizeram para ela na escola, ia demorar um pouco. Ela nunca deixaria de ir no parque, tinha que achar a sua pasta de mensagens. Como ela foi esquecer logo sua pasta? Será que todas aquelas pessoas e crianças que via no parque tinham vivido alguma coisa assim? Despediu-se rapidamente do amigo e foi em direção aquelas montanhas mágicas, caminho que estava ficando cada vez mais familiar pra garota.
Quando chega no parque, muda o tempo do verbo da menina. Iris vê todos aqueles brinquedos, as crianças, aquele mundo de gente desconhecida em um lugar não tão longe de sua casa. Começa a andar em busca de nada, inicialmente, até lembrar da sua pasta esquecida, ai tudo fica meio nervoso, e ela agitada. Vai nos carrinhos de bate-bate, não vê nada, não vê ninguém, está tudo desligado. O carrosel hoje parece bem mais bonito, mas a fila é enorme, e não era o caso entrar lá hoje.
Continua sua procura por alguma coisa, alguém que possa ajudar. Ela vê o velho palhaço imitando alguém lá do outro lado do parque, resolve não interromper. Passa pelo Tiro ao Alvo, percebe uma nova barraquinha, Tiro ao Álvaro, onde o alvo é uma cara bem engraçada e gordinha de algum que deve ter esse nome. Ela ri, quem deve ser o responsável por essas loucuras? Anda mais um pouco e depois do pipoqueiro, vira para dar de cara com ela, a montanha mágica.
Aquele brinquedo realmente conseguiu distraí-la, a fez esquecer logo a sua pasta! Por isso foi lá novamente, troca de lado e entra na montanha da direita, já que a outra a fez perder, essa poderia fazê-la achar. Primeiro o susto inicial, o barulho (clack) dos carrinhos sendo destravados e recebendo o primeiro impulso, depois, quando vem a primeira descida, tudo é uma maravilha, medo e alegria se confundem, é mesmo uma confusão de sentimentos. Na hora do loop, falta a gravidade, todo mundo sempre faz uma careta, até os mais velhos e os meninos que se dizem crescidos. A corrida continua, aquele barulho do carro passando no trilho, todos os pescoços virando juntos cada curva, todos rindo e gritando, até a parada, quando um alto e assustador clack antecipa a freada um tanto repentina. Todos saem descabelados e tentando se re-equilibrarem na terra firme. Você só pensa mesmo em ir mais uma vez. As pessoas que entram agora, não sabem de nada disso, ainda.
Depois do passeio Ísis, dá uma pequena volta em torno dessa montanha que entrou hoje, e vê na grama um caderninho de espiral, um pouco úmido do tempo que passou esquecido ali, já de longe parece ser de uma menina. Se aproxima, e o que era? Um diário! Todo marcado de datas, deve ter sido esquecido ontem já que nada estava anotado nesse dia. Alguém perdeu alguma coisa no parque, que nem ela, e isso, no mínimo, significava alguma coisa, alguma mensagem subliminar haveria de ter nessa coincidência tão estranha. Não quis sair lendo a vida de uma outra menina dessa forma, limpou a capa com a borda da camisa viu que ainda estava de uniforme, tinha vindo direto da escola, não passou em casa. Ainda era o seu aniversário.
Como realmente pouco tempo se passou ali no parque, resolveu aproveitar e ir logo para casa, levando o seu achado tão precioso. Desviou do velho palhaço para evitar perguntas e seguiu o rumo de casa. Era estranho considerar algo de outra pessoa um presente, mas assim sentia a menina. Era seu grande presente, que fazia seu aniversário diferente de todos os outros. Perdia a pasta, mas achava um diário. Uma outra vida, de uma menina, que também tinha perdido algo no parque. Esse parque provocava coincidências. Foi nesse ritmo até chegar em casa, e lá, quem diria, a festa estava toda pela metade.
Demócrito a viu com uma cara... estava todo sujo de algum molho, devia ser a terceira receita que ele fazia na frente de todos, estava exausto. O lugar já estava com aquele aspecto de fim festa, bagunçado e um pouco vazio, copos descartáveis pela casa, familiares já haviam deixado os presentes e haviam saído. Seus pais estavam recolhidos no outro cômodo. Como é possível? Não foi nada além de uma volta na montanha mágica? Parecia que o tempo agora tinha resolvido ir mais depressa. Ísis começou a prever a cara que seus pais iam fazer quando a vissem, foi quando Demócrito se aproximou, totalmente vestido de chef e disse:
- É, Zi. A desculpa da festa surpresa, para funcionar, vai ter que ser incrementada com pitadas de imprevistos, mais uma colher de espera, mais a adição de algum acidente, não acha?
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Desculpem pessoal!
Na hora de descrever que passagem do nosso livro esse capitulo seria, confundi as meninas. Aqui, A Isis acaha o diário perdido por Iris no dia anterior!!!!
Rami disse...
9 de dezembro de 2008 às 17:12